PINHEIRO

João Batista Carlos Pinheiro

“Futebol é título e quem ganha título é feliz”

O autor da frase acima é o ex-técnico João Batista Carlos Pinheiro, ou simplesmente Pinheiro, atualmente com 78 anos, e que pode se gabar de ter sido campeão pelo Bangu em 1987. Mais ainda, Pinheiro pode dizer que foi o responsável pela última volta olímpica do Bangu no Maracanã, com a conquista da Taça Rio.

Hoje, Pinheiro mora na Tijuca e é dono de uma pizzaria no Recreio dos Bandeirantes. O vitorioso treinador explicou como chegou até Moça Bonita. Antes do Bangu, Pinheiro tinha feito boas campanhas comandando o Goytacaz em 1985 e o América em 1986. Depois que o alvirrubro fez má campanha da Taça Guanabara de 1987, Pinheiro foi sondado por Castor de Andrade para treinar o time na Taça Rio.

“Eu estava trabalhando na Arábia e vim ao Brasil, acabei me encontrando com o Castor de Andrade na praia. Saí da Arábia, acreditando no Castor. Ele disse que cobriria o meu ordenado e disse que eu teria tudo o que precisasse. Mas eu respondi que desejava apenas ter condições de trabalho, escalar o time que desejasse, sem interferências, e acabou que foi a minha mulher quem conversou com o Castor sobre as bases. Desde então, ele passou a me tratar como se eu fosse da familia dele”.

Em 1987, foram apenas 15 jogos, com 12 vitórias e três empates. Pinheiro saiu invicto e voltou para a Arábia Saudita, deixando o Bangu “sem pai, nem mãe” para as finais do Campeonato, quando perdeu para Vasco e Flamengo, ficando em terceiro lugar.

“Meu momento mais marcante foi a montagem do grupo. Fiz o ajuste de algumas peças, reposicionei alguns jogadores. Dei uma arrumada na casa. Não fazia preleção no vestiário antes de jogo, todo mundo já sabia o que fazer, era tudo levado na conversa, mas a diferença é que durante a semana a gente trabalhava muito sério, mesmo com a descontração habitual do Bangu”

Claro que o trabalho de Pinheiro foi facilitado pela quantidade de craques que o clube tinha na época: Marinho, Paulinho Criciúma, Oliveira, Mauro Galvão e Toby.

“Era um time muito bom, de jogadores experientes. Minha contribuição foi apenas um ajuste, um reposicionamento. Procurava extrair aquilo que cada um tinha de melhor” – confessa humildemente.

Pinheiro considera a vitória sobre o Vasco por 1 a 0, no Maracanã, com gol de letra de Nando, como o melhor momento daquele grupo. Depois, ainda voltou ao clube em 1989, mas naufragou completamente durante o Campeonato Carioca, sendo substituído por Didi.

No total, Pinheiro comandou o time em 29 partidas, com 15 vitórias, 8 empates e 6 derrotas.